Fabiana Matheus marca o seu nome na história como a primeira mulher a ocupar a coordenação da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa). Para ela, “as mulheres não podem desistir porque lugar de mulher é em todo lugar”.
Apesar da primeira mulher também ter chegado ao cargo mais alto da nação, apenas 9% das cadeiras do Congresso Nacional, por exemplo, são ocupadas por elas. Além disso, o Brasil está em 156º lugar, num total de 188 países, em relação à representação feminina no Poder Legislativo, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A atual coordenadora da Comissão relembra das primeiras reuniões em que ainda discutia-se as cotas no Conecef, no início dos anos 90. “Muitos homens passavam pelo corredor e encaravam a mobilização das mulheres como motivo de chacota e perguntavam se estávamos trocando receitas”. Uma mulher, segundo Fabiana, estar na coordenação da CEE-Caixa é reflexo e um reconhecimento de toda uma luta ao longo de 30 anos.
O Conecef, este ano, aprovou a meta de 50% de participação das mulheres no próximo com congresso, assim como foi estabelecido pela resolução de paridade da CUT. A Conecef foi um dos primeiros congressos a debater a cota de valorização de participação das mulheres.
Campanha Nacional e pautas específicas
Para a dirigente, um dos principais problemas enfrentados pelos empregados da Caixa hoje está nas condições de trabalho. "Há um grande desrespeito à jornada de seis horas, isso é quase uma utopia dentro da Caixa. Na periferia de São Paulo há agências com apenas sete empregados. A situação é caótica. Queremos que o banco aumente as contratações", reivindica.
Fabiana explica que uma das bandeiras à frente da CEE-Caixa será fortalecer o cumprimento da convenção coletiva.
"Toda hora extra feita tem de ser hora extra paga. E ninguém está reivindicando hora extra porque as consequências agem de forma direta na saúde do bancário e sabemos disso. Essa é uma discussão que a gente deve enfrentar agora, assim como a isonomia, a licença-prêmio e o anuênio. Mas também queremos garantir a mesa única na Campanha Nacional para ampliar as conquistas de todos os bancários".
Papel do banco público
Fabiana também criticou o planejamento estratégico da Caixa, que prevê se tornar o terceiro maior banco do país até 2020. Para ela, é preciso salientar que a Caixa deve continuar com o papel de banco público, de desenvolver o país, fomentar projetos sociais e de regular o sistema financeiro.
Apoio à reeleição de Dilma Rousseff
Os delegados do 30º Conecef aprovaram por maioria de votos o apoio à candidatura à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT). A proposta foi apreciada na plenária geral que encerrou o evento.
Para Fabiana, ainda há uma série de problemas a serem resolvidos no Brasil, mas o nome e o projeto de Dilma é o que mais se identifica com as reivindicações dos trabalhadores.
"Apoiamos a reeleição de Dilma Rousseff porque acreditamos que é um projeto que está dialogando com a sociedade, com o objetivo de fazer as transformações que nosso país precisa. Temos plena consciência de que há questões que estão travadas, mas é uma candidatura que nos dá a possibilidade de continuar com avanços. Algo que não enxergamos em nenhum dos outros candidatos", explica a dirigente.
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