O Ato em Defesa da Caixa, que mobilizou empregados do banco em várias cidades do país, na última quinta-feira, dia 16, teve como objetivo reafirmar a luta contra a ameaça de privatização colocada no centro da disputa das eleições presidenciais. A mobilização contou com a presença de diversas entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a Fenae, as APCEFs e, ainda, do Sindicato dos Bancários.
Uma das motivações da iniciativa foram as recentes declarações de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo de FHC e anunciado como ministro da Fazenda pelo candidato Aécio Neves. “Penso que os bancos públicos precisam ser administrados por padrões muito mais rígidos. Provavelmente vai chegar um ponto em que talvez não tenham tantas funções. Não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha. Talvez não muito”, admitiu Fraga em entrevista ao Instituto Liberal.
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Atos em outras cidades
Munidos de adesivos e faixas com os dizeres “O Brasil precisa da Caixa”, “O fortalecimento da Caixa não pode parar” e “Mexeu com a Caixa, mexeu comigo” dera o tom da manifestação, que ocorreu em Brasília, em frente ao prédio da Matriz I. Conforme o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, declarou, a Caixa é um patrimônio de todos e é fundamental ao país que ela continue assim, 100% pública. “Repudiamos qualquer proposta que coloque isso em risco. E já está muito definido quem vai fortalecer e quem destruir o banco”.
Em seu discurso, Jair Ferreira ainda lembrou dos avanços dos últimos anos. “De 2003 para cá, a Caixa saiu de pouco mais de 2 mil agências para 4 mil. O número de empregados também quase dobrou, indo de 55 mil para 100 mil. Os investimentos em financiamento habitacional aumentaram 10 vezes, chegando a R$ 270,4 bilhões no ano passado. Claro que ainda há muito no que avançar, principalmente nas relações de trabalho. Mas temos que seguir em frente, e não apostar em um projeto que já deu errado lá atrás”, alertou.
O ministro Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, prestigiou o ato em Brasília. “Se a Caixa é hoje tão importante na execução das políticas públicas, é graças a Lula e Dilma, que retomaram a valorização do papel social da empresa e dos empregados”, frisou. O presidente da Contraf/CUT, Carlos Cordeiro, completou: “Os bancários da Caixa, BB, BNDES, BNB e Basa não podem se esquecer da política de desmonte dos bancos públicos de FHC, que pode voltar em um evento governo Aécio Neves.
A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que é empregada da Caixa, recordou o sofrimento da categoria entre 1995 e 2002. “Foram anos de arrocho salarial, perda de direitos, demissões sem justa causa, adoecimentos e suicídios. Se eles querem essa realidade de volta, nós não queremos e o Brasil não quer. Se eles querem o fim da Caixa e dos outros bancos públicos, nós não queremos e o Brasil não quer”, declarou.
O Ato em Defesa da Caixa na capital federal foi encerrado com um abraço simbólico ao edifício-sede do banco. De mãos dadas, os empregados reforçaram que estão juntos na luta por uma empresa forte e protagonista no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Em Belo Horizonte, Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Maceió (AL). Eliana Brasil, presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região, disse: “sempre estaremos nas ruas para defender esse grande patrimônio do povo brasileiro”. Na capital cearense, Marcos Saraiva, diretor da Fenae, avaliou: “o povo brasileiro com certeza não vai apoiar o retrocesso. Se ninguém conseguiu privatizar a Caixa nem o Banco do Brasil há 12 anos, foi graças aos sindicatos, às federações e ao povo”.
Nesta sexta-feira (17), serão promovidas ações em Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).
Fonte: Agência Fenae com Contraf/CUT