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Olhares famintos estão direcionados à Caixa Econômica Federal. São nacos e nacos do mercado. São contas correntes, poupanças, seguros, financiamentos, tarifas bancárias e de prestação de serviços, enfim, ‘cifrões’.

Um pacote bastante atraente engorda os olhares do sistema financeiro, que tem interesse direto nesta fatia. Trata-se de mais de 50 milhões de clientes, conquistados pela Caixa em pouco mais de dez anos. As demonstrações financeiras registram os saltos no número de correntistas, que eram, em dezembro de 2002, 23,1 milhões de clientes e passaram a ser de 71, 7 milhões em dezembro de 2013.

Relatórios de 2014 já apontam a marca de 75 milhões de clientes. Considerando que a população brasileira passa dos 200 milhões, abrigada em 65 milhões de famílias, conclui-se que de cada três brasileiros, um tem conta na Caixa e há mais de uma conta por família.
O crescimento acelerado da Caixa em número de clientes reflete na sua participação no mercado financeiro. Considerados os balanços anuais de 2013, as mais de quatro mil agências do banco totalizavam 12,6% das operações em Certificado de Depósitos Bancários (CDB), 14% dos depósitos à vista, 18% de todas as operações de crédito do sistema financeiro, 68% dos financiamentos imobiliários e 35% dos depósitos em caderneta de poupança. Em resumo, as operações da Caixa representavam no mercado 2,5 Bradesco em caderneta de poupança e 1,4 Itaú em operações de crédito.

Tratando-se de operações no sistema financeiro de habitação o crescimento é ainda mais atraente, chega a 900%, de R$ 26,9 bilhões em 2002 para R$ 270,4 bilhões em 2013. Já as receitas com tarifas e prestação de serviços cobrem toda a despesa da Caixa com pessoal.
Ainda há neste pacote, que faz brilhar os olhos dos defensores da privatização, as loterias, o penhor, o FGTS e os programas sociais. “Mais do que retorno financeiro a Caixa, os serviços delegados têm representado uma contribuição decisiva para o desenvolvimento econômico e social do Brasil nos últimos anos”, disse o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

Além disso, a defesa da Caixa 100% pública continua na pauta da APCEF/SP e das entidades representativas, pois acreditam que um banco público deve servir ao desenvolvimento do País.

“A nossa tarefa é esclarecer as reais consequências de uma privatização e deixar clara a importância da Caixa para o conjunto de seus trabalhadores e o que ela representa para a sociedade brasileira”, finalizou o diretor-presidente.

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