A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e a Caixa Econômica Federal retomaram os debates sobre Saúde do Trabalhador, durante reunião do GT que discute o tema, realizada na sexta-feira da semana passada (17), no Edifício Matriz II, em Brasília (DF). O encontro discutiu itens de interesse dos empregados do banco, como a realização de uma oficina com a participação de especialistas para a criação de uma política de saúde mental.
Na ocasião, os representantes dos empregados e do banco discutiram o formato do evento. A proposta será encaminhada para a Diretoria de Pessoas (Depes) e, uma vez aprovada, retornará para a mesa do GT para a definição dos detalhes. A iniciativa visa construir uma proposta de atuação nacional de prevenção ao adoecimento mental. A Contraf/CUT propõe a realização de uma oficina voltada para os profissionais das áreas de saúde da Caixa, representantes de Gerências de Pessoas (Gipes) e dirigentes sindicais e de Apcefs que atuam nas questões relativas às condições de trabalho e saúde na Caixa.
A ideia da oficina, que contará com a participação de especialistas em saúde mental, assédio moral e saúde do trabalhador, é definir diretrizes para a construção conjunta da política de saúde mental na empresa. O Anuário Estatístico da Previdência Social aponta que os índices de adoecimento mental na Caixa aumentam a cada ano, levando os trabalhadores a constantes afastamentos e até a situações extremas como suicídios.
Caberá ainda ao evento permitir aos empregados do banco adquirirem um conhecimento comum a respeito dessa complexa questão. Uma constatação: a categoria bancária lidera no país o ranking de maior incidência de problema mental no ambiente de trabalho, devido a fatores como sobrecarga na atividade laboral, pressão por produtividade e assédio moral. Em consequência disso, o adoecimento mental ocorre cada vez mais numa proporção muito elevada, na Caixa e em outras instituições financeiras.
A diretora de Administração e Finanças da Fenae, Fabiana Matheus, considera fundamental que o debate sobre o tema seja feito com especialistas. “O objetivo é adotar medidas que previnam casos de suicídios nos locais de trabalho”, afirma. Ela também avalia como importante que, no âmbito da Caixa, “todos tenham conhecimento da atual realidade e dos desafios, para que sejam elaboradas estratégias que garantam um ambiente de trabalho mais saudável e que se conquistem mais avanços nessa área de saúde”.
Para Fabiana Matheus, o papel reservado aos empregados da Caixa na luta pela alteração dessa lógica de adoecimentos mentais é vital. “É preciso refletir sobre isso se quisermos de fato obter ambientes de trabalho com menor grau de insalubridade, periculosidade e penosidade. A Fenae e as Apcefs, como sempre, estão ao lado das entidades sindicais para dar suporte à luta por melhores condições de trabalho dos empregados do banco”, complementa.
Próxima reunião
O assunto voltará a debate na próxima reunião do GT Saúde do Trabalhador, agendada para o dia 24 de maio.
Fonte: Fenae.