Durante o segundo dia de reunião do Conselho Deliberativo Nacional da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), realizado nesta quinta-feira (15) em João Pessoa (PB), o diretor de Benefícios da Funcef (Fundação dos Economiários da Caixa), Jair Pedro Ferreira, apresentou uma visão abrangente sobre a atual estrutura e desafios da Fundação.

Ele destacou a complexidade dos três planos de previdência oferecidos atualmente: o Novo Plano, o REG/Replan e o REB. Ressaltou, ainda, a importância da migração dos participantes do REB para o Novo Plano, que oferece maiores benefícios e melhor equilíbrio financeiro. Essa migração tem sido trabalhada e espera-se que seja concluída em 2024, com todos os participantes integrados ao Novo Plano até 2025.

Outro ponto abordado foi a importância da educação previdenciária, especialmente para os empregados da Caixa que ingressaram nos últimos 20 anos. “A Funcef tem realizado ações de educação previdenciária para ajudar os participantes a entenderem melhor seus direitos e obrigações para garantir uma aposentadoria satisfatória no futuro”, informou Jair Ferreira.

A apresentação trouxe informações sobre o impacto da contribuição ao longo dos anos, com comparações entre diferentes percentuais e o retorno financeiro esperado. Outros temas abordados incluem o impacto de ações judiciais contra a Funcef, especialmente aquelas relacionadas a direitos trabalhistas e a necessidade de reembolso pela Caixa. Também foi mencionada a adesão automática à Fundação para novos empregados da Caixa, como uma medida para garantir a segurança financeira a longo prazo, com a opção de desistência em até 120 dias.

“A Funcef está preparando uma consulta pública com os participantes do REG/Replan Saldado para ouvir a opinião dessas pessoas sobre a última proposta apresentada para a resolução equacionamento”, disse o diretor da Funcef.

A Fenae e outras entidades representantes dos empregados Caixa critica a proposta apresentada pela Caixa e Funcef por retirar direitos. Neste sentido, formularam uma contraproposta que preserva os benefícios e exige maior responsabilidade da Caixa e uma gestão mais eficiente da Funcef. “Nós, da Fenae, Contraf e Anapar, construímos uma contraproposta que mantém os direitos dos participantes, responsabiliza a Caixa pelos passivos trabalhistas e propõe que a Funcef reveja a meta atuarial. Acreditamos que essas medidas são fundamentais para garantir a preservação dos direitos”, destaca o presidente da Federação, Sergio Takemoto.

CEE/Caixa

O coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Rafael de Castro, marcou presença na reunião e apresentou o cenário das negociações recentes com o banco, mencionando que as mesas de negociação têm sido cansativas e pouco produtivas. Ressaltou a dificuldade em avançar em pautas como a redução da jornada de trabalho para PCDs (pessoas com deficiência) sem redução salarial.

Ele mencionou que nas últimas reuniões alguns avanços foram feitos, como a discussão sobre a representatividade feminina nas vice-presidências e diretorias da Caixa, a inclusão de bancas paritárias para seleção de cargos e o debate sobre a comunicação com os empregados, especialmente no contexto do trabalho remoto.

Rafael também comentou a importância de combater o assédio moral, especialmente relacionado ao uso de ferramentas de comunicação fora do horário de trabalho. “Existe uma preocupação com as condições de trabalho na Caixa, com destaque para a alta incidência de doenças psicossomáticas entre os empregados e a necessidade de a Caixa assumir a responsabilidade pelo tratamento dessas doenças”, ressaltou o coordenador da CEE/Caixa.

Por fim, mencionou a expectativa para as próximas reuniões, em que se espera a apresentação de propostas concretas, e ressaltou a importância de continuar pressionando a Caixa para que haja avanços significativos nas negociações.

Conselho de Administração da Caixa

A integrante do Conselho de Administração da Caixa, eleita pelos empregados do banco, Fabiana Uehara Proscholdt, também esteve presente na reunião do CDN e fez um panorama da atuação dela no órgão que é a principal instância decisória do banco público.

Ela destacou a necessidade de mudanças na legislação para permitir que os representantes eleitos possam participar ativamente das decisões trabalhistas. Fabi também mencionou a importância da comunicação entre os empregados, entidades sindicais e alta administração, destacando a necessidade de cobrança e diálogo para resolver questões internas. Além disso, reiterou a importância da representatividade feminina na alta administração da Caixa e a necessidade de critérios justos e objetivos nos processos de descomissionamento.

A conselheira eleita expressou seu compromisso em representar todos os empregados da Caixa e ressaltou a importância da interlocução entre as partes envolvidas para promover mudanças positivas na instituição. A representante também mencionou sua disposição em visitar os estados e ouvir os empregados, buscando trazer suas demandas para a alta administração. Por fim, agradeceu a oportunidade de atuar na alta administração e se colocou à disposição para colaborar e buscar melhorias para todos os funcionários.

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