Você já ouviu falar na Meliponicultura? Este é o nome que se dá à atividade de criação de meliponíneos, popularmente conhecidas como abelhas sem ferrão. O projeto da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e Apcef/BA, em parceria com a ONG Moradia e Cidadania, tem como objetivo ensinar o manejo da produção de mel, própolis e resinas de abelhas sem ferrão para as pessoas. 

Selecionado no terceiro edital de responsabilidade social do Movimento Solidário, o projeto que acontece na sede da Apcef/BA foi implementado ainda no início do ano. O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, destaca que a iniciativa amplia a aliança entre a conservação da biodiversidade e a geração de renda por meio de uma atividade que há anos é praticada por antigos povos indígenas que habitam a América latina. “É uma honra para a Fenae apoiar iniciativas como essa. A maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade social só precisa de uma oportunidade para mudar a sua realidade. Tenho certeza de que essa iniciativa vai fazer a diferença para essa comunidade”, destaca Takemoto. 

Segundo o presidente da Apcef/BA, Jonh Ralph Goodwin, as colmeias das abelhas sem ferrão estão no período de adaptação desde o início do ano. A partir do mês de junho, será feita a divisão das colmeias, onde as pessoas da comunidade, selecionadas previamente, serão chamadas para o processo de aprendizagem e divisão das caixas das abelhas.  

Conhecida como pólen dourado, o mel da abelha sem ferrão é mais valorizado no mercado do que o de outras espécies. A ideia, segundo o presidente, é ensinar a comunidade em situação de vulnerabilidade social a utilizar as técnicas da meliponicultura dentro da Associação, localizada em Camaçari, região metropolitana de Salvador. “Temos pensado no meliponário como um gerador de conhecimento, emprego e renda. Essa foi a ideia principal que nós tivemos, que é captar escolas, trazer aqui para dentro da Apcef para que as crianças e as pessoas da comunidade aprendam como se cria a abelha sem ferrão”, relata Jonh Ralph. 

Segundo ele, no primeiro momento, a iniciativa pretende atender aproximadamente 150 grupos familiares e, depois, multiplicar para que mais pessoas tenham acesso à cultura. “Se levarmos em conta que cada família tem no mínimo quatro integrantes, vamos ensinar no mínimo 400 pessoas a estarem aptas a trabalhar com abelhas sem ferrão, por etapa”, relata. 

O diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae, Moacir Carneiro, visitou o projeto no mês de maio e elogia a iniciativa desenvolvida pela Apcef/BA.  

“Esse é projeto muito importante e que traz alguns benefícios ambientais, como a preservação das abelhas nativas sem ferrão, sem precisar desmatar o meio ambiente, porque são aproveitadas a vegetação abundante do entorno do local”, explica. “Ele vai proporcionar uma autonomia muito importante para a comunidade, porque ali, especialmente, envolve sustentabilidade ambiental, geração de emprego e renda para as pessoas”, finaliza Moacir.

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O projeto 

De acordo com o projeto, serão realizados no mínimo quatro cursos, de um dia, no ano, voltado às comunidades do entorno que tenham capacidade para implantar as colmeias, com mínimo de 20 e máximo de 30 pessoas, para não comprometer o aprendizado teórico e prático. 

Serão realizados encontros de acompanhamentos mensais e visitas “in loco” das pessoas capacitadas nos cursos, pelo técnico responsável e voluntários do projeto. 

Após a capacitação as pessoas serão incentivadas a criar as próprias colmeias nas comunidades, com acompanhamento mensal do técnico.

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