A Caixa apresentou nesta quinta-feira (16) os números de desempenho do banco registrados no primeiro trimestre de 2024. O lucro líquido recorrente foi de R$ 2,9 bilhões, o que significou aumento de 49% em comparação ao mesmo período de 2023, e de 0,5% em relação ao trimestre anterior.
As contratações de crédito imobiliário, carro-chefe da Caixa, segundo a vice-presidente da Habitação, Inês Magalhães, cresceram 24%, com valor de R$ 51,3 bilhões. Já o saldo foi para R$ 754,3 bilhões na carteira imobiliária, sendo 14,4% maior que março de 2023. Desse total, R$ 438 bilhões foram de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) e R$ 316,3 bilhões de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Nos últimos 12 meses, a Caixa registrou aumento de R$ 94,7 bilhões no saldo do crédito imobiliário, enquanto nos outros bancos o incremento foi de R$ 25 bilhões.
Para o presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), Sergio Takemoto, o setor imobiliário possui um potencial significativo para impulsionar a economia como um todo. “O aumento do crédito habitacional não apenas estimula a demanda por habitação, mas também gera empregos em diversos setores. Devemos trabalhar incansavelmente para garantir que políticas e programas relacionados a este setor sejam inclusivos e acessíveis a todas as camadas da sociedade, com foco nos mais vulneráveis e marginalizados, especialmente neste momento em que o país atravessa a pior crise climática já registrada”, afirmou.
A Vice-Presidência do Agente Operador apresentou os números registrados no trimestre pelas Loterias. Segundo a pasta, foram arrecadados R$ 6,1 bi, aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destinação de R$ 2,4 bi para programas sociais.
O lucro líquido contábil foi de R$ 2,462, impactado por despesas relacionadas ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) de 2024 (em termos contábeis, o lucro apresentou aumento de 27,3% em 12 meses e redução de 38,1% no trimestre). Nos três primeiros meses do ano, o banco alcançou margem financeira de R$ 15,3 bilhões, com crescimento de 9,9% em 12 meses, decorrente, sobretudo, da redução das despesas de intermediação financeira (-3,3%). Além disso, a redução na provisão para perdas associadas ao risco de crédito (-0,9%) e o incremento nas receitas com prestação de serviços (+6,9%) influenciaram o resultado. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 9,55% com incremento de 2,00 pontos percentuais (p.p.) ao longo de doze meses.
A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 10,4% em comparação ao primeiro trimestre de 2023, totalizando R$ 1,14 trilhão. As operações de crédito comercial com pessoas físicas diminuíram 2,7%, somando R$ 134 bilhões. No segmento comercial de pessoas jurídicas, houve crescimento de 3,9%, totalizando um montante de R$ 98 bilhões.
As despesas de pessoal, considerando-se a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), cresceram 18,4% no período de um ano, somando R$ 8,5 bilhões no trimestre. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 78%.
A Caixa encerrou o trimestre com 86.794 empregados, o que representa aumento de 53 postos de trabalho em doze meses, mas redução de 168 no trimestre. Ao longo de um ano, houve aumento de 2,3 milhões de novos clientes, perfazendo um total de 154 milhões. O banco conta com 3.369 agências e, em 12 meses, foram abertos 13 postos de atendimento e fechados 115 unidades lotéricas e 325 unidades de correspondentes Caixa Aqui.
Para Takemoto, mais uma vez, a contratação de novos empregados é fundamental para garantir melhores condições de trabalho no banco. “A Caixa precisa resolver urgentemente o problema de precarização das condições de trabalho e do atendimento à população. Cresce o número de clientes e diminui o de empregados. Essa conta precisa bater”, alerta o presidente da Fenae.
Durante a apresentação do balanço do trimestre, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, destacou que, para além do papel social, o banco público tem investido em programas tecnológicos, auxiliando com programas do governo, como o Pé-de-Meia, e a parceria com os Correios. Ele também apresentou as ações realizadas pela instituição financeira em apoio às medidas institucionais no Rio Grande do Sul.