Em 2015, Belágua tinha 7.191 moradores, a maioria vivendo na área rural, e figurava entre as 200 cidades mais pobres do país. Apresentava a menor renda domiciliar per capta, além de elevado percentual de pobreza, baixo índice de IDH, alta mortalidade infantil e reduzida taxa de alfabetização. A escolha do município, cuja situação era marcada por precariedade, considerou critérios como população e dificuldade de acesso. Por lá, a cena era dramática. Altas taxas de evasão escolar, baixa cobertura de domicílios com água potável e baixos índices de educação nos ensinos fundamental e médio, combinada com desnutrição infantil, eram alguns dos graves problemas da região.
Como ficou
Atualmente, Belágua, no Maranhão, está preparada para trilhar o próprio caminho. Todos os projetos implantados nas comunidades, seja de criação de galinhas, peixes ou codornas, seja de plantio de hortas comunitárias, seja de criação racional de abelhas sem ferrão – conhecida como meliponicultura, já produzem mais do que o necessário para o consumo das famílias. E, com a parceria do estado e do município, o escoamento e a venda da produção excedente vêm tornando-se uma realidade a cada dia.
Uma moradora do município foi direto ao ponto: “A união fez a diferença. O Movimento Solidário trouxe conhecimento técnico, ajudou as comunidades a se organizarem. Hoje, as famílias se revezam nos cuidados com os tanques, a horta e as colmeias, e vêm aprendendo muito, para que o compromisso de todos melhore a vida de cada um. Nada disso seria possível sem a doação do empregado da Caixa de todos os cantos do país. Sempre agradeceremos a esse ato de amor ao próximo”.
Mudança social
Ao contrário do que aconteceu em Caraúbas do Piauí, primeira cidade adotada pelo Movimento Solidário, onde esteve por 10 anos, em Belágua a atuação foi focada na área mais rural, contemplando os mais pobres do município. Isso tornou também mais visível o trabalho realizado e os seus impactos sociais e econômicos.
O Movimento Solidário também esteve no Lar de Crianças Nossa Senhora das Graças, em Petrópolis (RJ), onde foi realizada uma série de melhorias para o atendimento de crianças em situação de vulnerabilidade social.
Avaliação do presidente
Em Belágua, por um período de sete anos, a atuação da Fenae foi possível, mesmo em tempos de pandemia, graças às doações do empregado e da empregada da Caixa e ao apoio das empresas parceiras. Como consequência direta dessa ação, as famílias do município maranhense abraçaram os projetos e transformaram suas vidas de forma coletiva e solidária.
Exemplo de ação bem-sucedida foi a campanha emergencial “Juntos por Belágua”, ultrapassando com folga as expectativas iniciais, com a entrega de cestas básicas e material de higiene e limpeza aos moradores. Toda a ação foi executada para garantir a subsistência da população vulnerável da região durante o enfrentamento à pandemia.
Para Sergio Takemoto, o envolvimento de diversos segmentos com as ações do programa social mantido pelo pessoal da Caixa, cada um com a sua singularidade, foi bastante positivo. “O que melhor simboliza iniciativas como a do Movimento Solidário é o dinamismo da atuação associativa com a consciência da solidariedade para com as pessoas em situações socioeconômicas precárias. É, sem dúvida, um movimento feito de sonhos, união, histórias, lutas e conquistas”, avalia.
Ele destaca que ações como o Movimento Solidário representam o que as entidades associativas dos empregados da Caixa têm de melhor: força, autonomia, independência e solidariedade. Na opinião do presidente da Fenae, as doações dos empregados a esses programas sempre demonstram a importância que o pessoal do banco público dá para o atendimento à sociedade brasileira, seja no trabalho nas unidades ou seja por meio da solidariedade, ao dividir o que tem com quem precisa.
Sergio Takemoto resume o que representou o programa Movimento Solidário para a Fenae e as Apcefs “Investimos na ação social que inspira, inclui, agrega e motiva, que ensina a valorizar e a respeitar as diferenças. Foi assim que buscamos ampliar ainda mais nossa contribuição para um Brasil e uma sociedade melhores, com democracia, solidariedade, distribuição de renda e ruptura com o ciclo dramático de vulnerabilidade social, tendo como referência o resgate da cidadania”.
O presidente da Fenae declara, por fim, que as ações do Movimento Solidário buscaram promover o diálogo com outros setores da sociedade, com base no princípio de abertura, respeito, reciprocidade e escuta, elementos fundamentais para qualquer mudança e quebra de paradigmas. “A luta por um Brasil justo, democrático e soberano, baseado na reafirmação da cidadania e da dignidade do povo, é a nossa melhor escolha”, finaliza.