Em entrevista ao portal Metrópole, o atual ocupante da presidência da República, Jair Bolsonaro, ao ser perguntado pela entrevistadora sobre as acusações da prática de assédio sexual e moral pelo ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que “não viu nada contundente” nos relatos das mulheres que denunciaram a conduta do ex-presidente do banco. Ainda de acordo com Bolsonaro, os depoimentos apenas “sugeriam que isso poderia ter acontecido”.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) discorda do presidente da república. Após a investigação que conduziu, o MPT pede, em ação civil pública, que a Caixa e Pedro Guimarães sejam condenados a pagar indenizações de R$ 305 milhões e R$ 30,5 milhões, respectivamente, pelas práticas de assédio moral, sexual e discriminação. Além disso, o ex-presidente do banco ainda pode tornar-se réu em ação penal.
A declaração de Bolsonaro, que achou as denúncias normais, enquanto o MPT enxergou o cometimento de crimes e pediu a condenação da Caixa, força a atual presidente do banco a se manifestar sobre o caso. Segundo informações, ela já recebeu o resultado da apuração conduzida pela Corregedoria do banco, mas, até agora, de forma inexplicável, se mantém em silêncio. A Fenae, a Contraf-CUT e os representantes dos empregados, na mesa de negociação, têm cobrado as informações e a manifestação de Daniella Marques, que ainda não respondeu.
“Essa falta de transparência toda mina qualquer confiança que os empregados possam ter na direção da empresa. Os trabalhadores se perguntam sobre qual foi o resultado da apuração interna feita pelo banco? A presidente também não viu nada contundente nos relatos? Se sim, por que trocou cinco vice-presidentes? Quais serão as consequências do que ocorreu e quais atitudes tomará para evitar que ocorra assédio no banco? Todas estas perguntas precisam ser respondidas pela presidente imediatamente, já que a apuração interna foi finalizada”, questionou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
“A forma como a diretoria da empresa tem conduzido esta denúncia só reforça a importância de que os empregados busquem as entidades, pois, mesmo com toda a repercussão do caso, ainda não temos qualquer posicionamento da direção. Por isso, se estiver sofrendo assédio, entre em contato conosco e denuncie”, relatou Vivian Sá, dirigente da Apcef/SP.
:: Confira a fala do presidente da República aqui.
Denuncie – As denúncias podem ser encaminhadas ao e-mail sindical@apcefsp.org.br. O sigilo é garantido.