A insegurança alimentar atinge mais da metade da população do Brasil – um dos países que mais produzem alimentos para o mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO). Dos 215 milhões de brasileiros – estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 125 milhões estão nesta condição.

Este é o número da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), que realizou o II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN), entre novembro de 2021 e abril de 2022. Ainda de acordo com o estudo, 33 milhões de brasileiros estão em situação de fome no país.

A escalada da fome piorou desde 2016 e se agravou em 2020. “A piora da IA [Insegurança Alimentar] é a repercussão das desigualdades sociais que resultam de processos econômicos e políticos, com destruição de instituições e políticas públicas, desde 2016”, afirma o estudo.

Diante deste contexto, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) incentiva e valoriza iniciativas e projetos que tratem deste tema. Na última semana, a Federação aprovou todos os 25 projetos da parceria com as Apcefs e a Moradia e Cidadania nas áreas de segurança alimentar, inclusão produtiva e educação complementar.

“Não é possível que em um país como o nosso, uma potência mundial na produção de alimentos, tenha 33 milhões de brasileiros passando fome. Isso depois de termos saído do mapa da fome, em 2014. É um retrocesso. Por isso somamos nessa luta de tentar amenizar a fome em comunidades próximas das Apcefs que estão em vulnerabilidade”, explicou Sergio Takemoto, presidente da Fenae. 

O projeto de horta comunitária da Apcef/MA, por exemplo, já proporcionou, em oito meses, a colheita de três safras de verduras e legumes aos moradores da comunidade rural de Matinha-Maracanã, em São Luís, capital do estado.

O estudo também critica a extinção, em 2021, dos Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Bolsa Família, substituídos, respectivamente, pelo Alimenta Brasil e Auxílio Brasil, considerados frágeis e limitados para o tamanho da população que necessita dos benefícios.

Outro agravante citado pelo estudo foi a má gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), especialmente durante a fase aguda da pandemia. “A suspensão das aulas presenciais foi usada como justificativa para a quase eliminação das compras de alimentos da agricultura familiar e, consequentemente, para a redução da oferta de refeições de qualidade aos escolares”, aponta a pesquisa.

A Agricultura Familiar, inclusive, é a principal responsável pela produção de alimentos que vão para a mesa dos brasileiros, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Armazém do Campo – A Agricultura Familiar está ligada à base do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Atualmente o Movimento comercializa produtos que são frutos da Reforma Agrária e Popular e da Agricultura Familiar. Já são 25 lojas físicas, além de 39 pontos de comercialização em 13 estados brasileiros. Uma dessas lojas será inaugurada em Brasília, no próximo sábado (10), a partir das 16h. Entre os produtos estão arroz integral, cafés, açúcar, castanhas, doces e muito mais.

Participe da inauguração e fortaleça a produção familiar. O Armazém do Campo DF estará localizado na CLN 115, bloco B, loja 63. Durante a inauguração haverá diversas apresentações artísticas.

 

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