“As crianças adoram estar na sala de aula, elas não gostam de faltar e dizem sempre que gostam muito de aprender e estudar”, diz, orgulhosa Marta Ramos, da ONG Moradia e Cidadania, entidade que coordena o projeto Reforçando o Saber e a Vida, da Apcef/RJ. Inaugurado no final de agosto e com início das aulas em setembro, o projeto reforça a aprendizagem de cerca de 20 alunos do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental da comunidade de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Este é um dos 12 projetos de desenvolvimento sustentável que serão desenvolvidos em comunidades carentes nas proximidades das Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs), graças à parceria da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) com a ONG Moradia e Cidadania, dos Empregados da Caixa. No total, foram contemplados oito projetos de horta comunitária e quatro de reforço escolar e educação complementar para crianças e jovens, distribuídos pelos estados do Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Aprender brincando
Segundo explicou Marta Ramos, que acompanha o projeto desde sua apresentação pela Apcef Rio de Janeiro, as aulas começaram em setembro deste ano, seguindo as orientações para prevenção da Covid-19, num espaço cedido pelo Instituto Casa Plena, ONG na comunidade de Rio das Pedras. “A proposta é ajudar essas crianças nas dificuldades de leitura e matemática, levando o aprendizado de forma lúdica aos que que não têm oportunidade de aulas particulares” afirma Marta.
São atendidas pouco mais de 20 crianças, divididas em dois turnos. Marta ressalta que a deficiência de leitura é muito alta, por isso a adaptação está sendo feita conforme a necessidade de cada um, de forma a não assustar e trazer o gosto pelos estudos. “Há esse olhar completo para a vida de cada aluno, acolhendo e mostrando a importância de ter o conhecimento, estudar, saber ler”, afirma.
Paulo Cesar Matileti, presidente da Apcef Rio de Janeiro, lembra que em meio à pandemia, com tantas perdas de vidas, desemprego e fome, o abandono escolar foi uma realidade para muitos. “Para mudar um pouco esse cenário, idealizamos esse projeto de reforço escolar, com o foco em crianças das escolas públicas, onde a perda foi maior, seja por falta de oportunidade, ou porque o ensino de qualidade se tornou inviável para famílias de baixa renda, em vulnerabilidade social”, explica. Ele comemora a receptividade da iniciativa e espera que, com o apoio da Fenae, a Apcef e a Moradia e Cidadania caminhem juntas no aperfeiçoamento e na busca de atender cada vez mais crianças.
Recursos
Além da sala de aula, foi criada uma biblioteca infantil com a ajuda de doações de empregados da Caixa e outros colaboradores. As crianças ficam livres para ler no local ou levar o livro emprestado para casa e há atividades de leitura e contação de história.
As crianças têm aulas no conforto de uma cadeira comprada especialmente para elas, com lanche antes das aulas, e o material que cada um recebeu: mochila contendo caderno, estojo, lápis grafite, borracha, apontador e lápis de cor. Na sala de aula, ainda são divididas entre as que precisam de alfabetização e as que já estão em fase mais avançada.
“Antes das aulas é oferecido um lanche bem gostoso, com o cuidado de não deixar nenhuma criança com fome, porque estudar requer atenção, e a fome não permite a concentração” destaca Marta. Aos sábados, a maioria dos alunos recebe aulas de flauta, um benefício oferecido pelo Instituto Casa Plena. Uma vez por mês a Apcef Rio de Janeiro receberá as crianças em sua sede em Jacarepaguá, para um lazer no parquinho, um banho de piscina ou cachoeira e muita diversão. Desta forma, a Apcef atua no projeto incluindo socialmente as crianças e sensibilizando o associado para a importância da solidariedade.