No debate ocorrido na mesa de negociação do dia 11/5, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), representante dos trabalhadores do banco público na mesa de negociação, criticou a postura dos dirigentes do banco, de orientar o lançamento de desconto aos empregados que aderiram à greve no dia 27/4. A CEE ressaltou que o movimento era legítimo, foi aprovado pelos empregados nas assembleias convocadas pelas entidades sindicais e que a tentativa da direção do banco de declarar o movimento ilegal e abusivo, em ação impetrada no TST, foi frustrada, já que o ministro, além de negar provimento a este pedido da Caixa, ressaltou que as reivindicações dos empregados, como a PLR Social, contratações, vacinação e protocolos de prevenção eram legítimas. Desta forma, o lançamento de desconto configura uma retaliação aos empregados que exerceram seu direito de greve, e reivindicou a reversão da falta não justificada, com a negociação do dia parado.
Os representantes da direção da Caixa na mesa responderam que teriam sido “surpreendidos” com o movimento dos empregados. Para eles, a gestão de pessoas na Caixa tem funcionado bem, e disseram que não entendem os motivos do movimento. “A reação dos representantes da direção do banco na mesa, ao se dizerem surpresos com a decisão dos empregados de realizar a paralisação, indica a incapacidade dos administradores de avaliar os impactos negativos que suas ações e omissões estão trazendo para as relações de trabalho na Caixa” critica o diretor-presidente da APCEF/SP, Leonardo Quadros “Os empregados estão insatisfeitos há muito tempo com a gestão de pessoas no banco: os pagamentos a menor da PLR Social, e, agora, do comissionamento pela venda de produtos, a falta de cuidado com a prevenção à Covid-19, a falta de pessoal, e a falta de empenho da direção em buscar a inclusão dos empregados como grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19, são alguns temas que tentamos discutir com a empresa, mas para os quais não há respostas satisfatórias. A prova do pouco empenho da direção são as pendências da mesa de negociação, que só aumentam”, conclui.
Os representantes da direção da Caixa mantiveram a postura intransigente e, mantendo sua coerência com a falta de disposição para o diálogo, informaram que pretendem manter o lançamento de falta não justificada para o dia 27. “Infelizmente, ao invés de tentar compreender os motivos da insatisfação dos empregados, a direção do banco chefiado por Pedro Guimarães manteve a postura intransigente e revanchista. Levamos à mesa casos que configuram retaliação, como a postura vil de algumas áreas que tentaram determinar o retorno ao trabalho presencial de empregados que estavam em Home Office e aderiram à greve, e a direção da empresa manteve-se alheia ao problema, demonstrando a falta de cuidado com a saúde destes empregados e familiares. Vamos lutar até o final para reverter esta injustiça, e estamos discutindo a melhor estratégia jurídica para preservar o direito dos empregados” comenta Jorge Furlan, dirigente do SEEB ABC, da APCEF/SP e membro da CEE/Caixa. “Se a gestão de Pedro Guimarães pensa que irá desmobilizar os empregados com a atitude, está enganada: os empregados mostraram que estão prontos para defender seus direitos nas lutas que virão, como a defesa do Saúde Caixa: não vamos admitir que a empresa transfira seus custos no plano para os usuários, como parece querer Pedro Guimarães”, conclui Furlan.