Em seus 50 anos de existência, a história da Fenae se confunde com a história do Conselho Deliberativo Nacional, o CDN, que é a instância máxima e soberana de decisão sobre as ações a serem desenvolvidas e implementadas pela diretoria eleita da Federação. “O CDN é uma grande ferramenta capaz de reunir a diretoria da Fenae e de todas as Apcefs para representar as vontades dos seus associados. É além de tudo um importante espaço de debate, de construção e alinhamento de lutas nacionais em defesa da Caixa e de seus empregados, de discussão e a aprovação de projetos nas mais diversas áreas”, salientou Jadir Garcia, presidente atual do CDN para o triênio 2020/2023.
Ele ressalta que além das construções de projetos de abrangência nacional, o CDN ainda permite as discussões regionalizadas e troca de ideias que podem servir de referências para outras Apcefs. “A decisão coletiva, debatida e implementada de maneira participativa e plural é uma característica da Fenae e suas instâncias”, entende Jadir.
As reuniões do CDN são realizadas quadrimestralmente e definem linhas gerais de atuação para eventos como os Jogos Fenae e o Talentos ou ações como as desenvolvidas pelo Movimento Solidário em Belágua, por exemplo, além das ações em defesa da Caixa e dos seus empregados.
Para Paulo Roberto Moretti, da Apcef/PE, que também presidiu o CDN, o Conselho é a voz das Apcefs dentro da Fenae: “o envolvimento de todos nos debates e nas decisões garantem que as ações serão implementadas, porque as pessoas se comprometem e todos podem ser ouvidos. As divergências existem, mas o diálogo fraterno se sobressai em busca do consenso”, afirmou ele, que comemorou: “assim, de forma clara, transparente, homogênea e democrática, todo mundo ganha”.
Essa diversidade ao reunir representantes de todos os estados é bastante produtiva, no entendimento de Antônio Carlos de Oliveira (Cacá), hoje aposentado, ex-presidente da Apcef/MG e que foi presidente do CDN no início dos anos 2000. “Fiquei muito honrado ao ser lembrado para presidir o CDN, construímos uma mesa diretora pelo consenso e os trabalhos sempre foram positivos, tranquilos, democráticos e construtivos” afirmou, relembrando que era um período de transição em razão da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Brasil.
“Saímos de um governo que estava desestruturando a Caixa com a clara intenção de privatizar e passamos para outro em que a empresa e seus empregados foram valorizados e reconhecidos em seu papel fundamental para a execução de políticas públicas para a população brasileira. Isso refletiu diretamente nas Apcefs e na Fenae, que tiveram mais visibilidade e retomaram espaços históricos dentro da Caixa, tanto no aspecto associativo clássico, com maior incentivo à participação nos eventos culturais e esportivos, quanto na luta por melhores condições de trabalho e no aspecto patrimonial”, ressaltou Cacá.
Ele acredita que no momento, a Caixa está de novo sob ameaça de privatização, sendo desmantelada e seus empregados oprimidos diariamente em razão do enorme desgaste no atendimento à população brasileira em relação a políticas públicas – o que nenhum outro banco faz – ao mesmo tempo em que há uma insensibilidade generalizada na cobrança de metas abusivas e no tratamento das necessidades urgentes nos locais de trabalho, inclusive na proteção aos empregados nesse tempo de pandemia em que dezenas de colegas já morreram e milhares já adoeceram.
“Ainda assim, as Apcef e a Fenae vêm fazendo um ótimo trabalho que busca compensar tantos dissabores. Exemplos disso são o sucesso da versão virtual do Talentos Fenae, os fóruns de discussão, os diversos programas de relacionamento e atividades aos quais todos os associados têm acesso e o debate constante das questões contratuais e defesa dos direitos dos empregados. Isso só é possível em razão da estrutura organizacional democrática e plural da Fenae que tem no CDN sua expressão máxima em termos de deliberação e na diretoria executiva também uma identidade plural e representativa de todas as regiões brasileiras e linhas de pensamento. Vida longa à Fenae, e à Caixa 100% pública sempre!” finalizou.