O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou aos empregados, em vídeo, a contratação de 566 novos trabalhadores. A reivindicação de mais contratações é uma demanda histórica do movimento dos empregados da Caixa e, por diversas vezes, o item já constou como cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho. O assunto também é tema de discussões judiciais, que cobram da Caixa cumprimento de Acordos Coletivos de Trabalho, respeito aos percentuais de Pessoas com Deficiência (PcD) e ao último concurso público, realizado em 2014.
Com a falta de pessoal nas unidades, todo anúncio da contratação de empregados acaba sendo comemorado. A quantidade dita pelo presidente, porém, está muito abaixo das necessidades do banco e mantém a política de fechamento de postos de trabalho promovida pela direção.
No primeiro ano da atual administração da Caixa, em 2019, mesmo com a contratação dos PcD, feita em atendimento à determinação judicial, o saldo líquido entre contratações e dispensas na Caixa foi amplamente negativo. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve 2.453 contratações e 3.065 desligamentos, resultando na diminuição de 612 postos de trabalho na empresa. Somente no estado de São Paulo, a redução foi de 313 postos de trabalho, o que corresponde a mais da metade das vagas fechadas pelo banco. Apesar disso, o estado não deve receber nenhuma das contratações anunciadas pelo presidente.
“A situação da falta de pessoal se agravou em 2020. Ainda não há dados atualizados divulgados pelo Caged, mas o mais recente balanço publicado pela Caixa, de setembro de 2020, indica que, com os desligamentos do Programa de Desligamento Voluntário (PDV), teremos mais um ano com redução expressiva nos postos de trabalho”, apontou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
“Já vimos, na reestruturação da Vired, que o estado de São Paulo perdia estruturas de funções. Agora vemos, mais uma vez, que a política da direção acaba preterindo o estado. São dados públicos, divulgados pelo governo federal e pela direção do banco, que demonstram isto. É matemático, e difícil de refutar. E também é difícil entender o porquê desidratar a praça mais concorrida do mercado financeiro. Não faz sentido”, complementou Leonardo Quadros.