Empregados da Caixa foram pegos de surpresa nesta quinta-feira (29). A informação que circulou nas agências dava conta do aumento de 200% da meta na maior parte dos produtos e indicadores no Conquiste, o sistema de mensuração e acompanhamento de resultados do banco.
O assunto chegou à Comissão Executiva dos Empregados (CEE) que em contato com a vice-presidência Rede de Varejo (Vired) solicitou o reprocessamento das metas para os valores anteriores. A ação será feira pela Controladoria do banco no Conquiste e o assunto será debatido adequadamente com a Rede.
“Nesse cenário de pandemia, se 100% já está difícil de atingir, imagine 200%. Reafirmamos que os empregados estão cansados e a cobrança de metas piora a situação. O que nós reivindicamos é que essas ações sejam negociadas com os trabalhadores. Não somos contra as metas, mas contra as que são abusivas e a forma indecente que são feitas as cobranças”, explicou a coordenadora da Comissão, Fabiana Uehara Proscholdt.
Para o diretor da APCEF/SP, Edvaldo Rodrigues, a Caixa deveria ter mais sensibilidade para com os seus empregados. “É inacreditável que num momento em que os empregados estão sendo exemplo de dedicação, a direção da Caixa imponha metas. A meta da direção Caixa deveria ser preservar vidas dos empregados e da população”, avaliou.
Metas abusivas – A cobrança de metas na Caixa tem sido debatida desde o início da pandemia. Com parte dos trabalhadores em home office e outros atuando no pagamento do auxílio emergencial e do FGTS emergencial, a Caixa continuou com as cobranças, mesmo com o indicativo da diretoria de que isso não seria feito.
No início do mês de outubro, a direção da Caixa aumentou em R$ 2 milhões a meta de consignado do INSS em algumas agências. Os empregados, já estão exaustos, estão sendo cobrados para que cumpram mais de 120% das metas de venda de produtos. Em outro exemplo, as metas para o crédito consignado foram desmembradas, com a separação entre servidores públicos e aposentados.
Ainda na Campanha Salarial de 2020, a CEE/Caixa reforçou a reivindicação à direção da Caixa para deixar de cobrar as metas enquanto perdurar a pandemia.