Está programado para a próxima quarta-feira (7) o 1º Encontro Internacional em Defesa das Empresas e Serviços Públicos – Fórum das Américas em Defesa dos Empregos, Empresas e Serviços Públicos de Qualidade. O evento, que será realizado de forma virtual em função da pandemia do novo coronavírus, tem a proposta de reunir dezenas de categorias e entidades da América Latina e, a partir daí, organizar ações sindicais diversas contra as privatizações em curso nos países da região.

O evento faz parte das celebrações do Dia Internacional do Trabalho Decente e do Dia Continental para a Democracia e Contra o Neoliberalismo. Foi organizado por várias entidades, entre as quais o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e a UNI Américas. Esta última entidade é integrante da Uni Global Union, que reúne diversas categorias profissionais em 150 países e todas as regiões do mundo – no caso específico da UNI Américas são representados 14 setores de atividade econômica.

Oportunidade única – “É uma oportunidade ímpar com o propósito de organizar e globalizar o debate sobre o papel do Estado e a importância dos serviços e empresas públicas, para garantir cidadania à população, em especial neste momento de pandemia, quando se torna ainda mais fundamental a ação dos sindicatos e das entidades na busca por melhores condições de vida e de trabalho”, disse Rita Serrano. “Esta iniciativa é inédita, uma excelente oportunidade de discutir a importância da defesa das empresas públicas em todo o mundo”, ressaltou o diretor-presidente da Apcef/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

“Este é o primeiro encontro em que o conjunto do movimento sindical da América Latina faz um chamado público para a importância de defender o que é de todos. Espero que a partir de outubro avancemos em um processo de conscientização e trabalho com agenda comum em todos os países”, ressaltou Márcio Monzane.

O evento será realizado via internet, em transmissão cruzada por várias entidades (entre elas o Comitê), com início programado para as 11h (horário do Brasil). Com a frase “O Público em Mãos Públicas”, pretende não apenas organizar os sindicatos, mas também denunciar globalmente os prejuízos das privatizações, que resultam em demissões, serviços de pior qualidade e preços mais altos para a população.

Também tem o intuito de esclarecer que as empresas e os serviços públicos são essenciais porque formam Estados mais democráticos, com acesso igualitário a todos os seus cidadãos, pois o que é privado não prioriza os mais pobres e vulneráveis e, inclusive, as privatizações falharam em muitos países, que hoje promovem reestatizações.

Novo contrato social – Fazem parte das pautas a serem discutidas a elaboração de um novo contrato social com trabalho decente e acesso universal a bens e serviços públicos; um Estado democrático com orçamento público a serviço da sociedade e para a justiça fiscal e contra a privatização estatal e a captação corporativa de empresas públicas.

As vagas são limitadas. Portanto, para que os interessados possam participar é preciso que façam rapidamente a inscrição, acessando o link ou então fazendo a leitura no QR Code da imagem.

A programação deverá ser dividida em dois blocos, com a participação de representantes de sindicatos e entidades. Já têm presenças confirmadas Rafael Freire, secretário-geral do Central Sindical das Américas, em nome do Conselho Global da União das Américas; Daniel Chávez (TNI); Susana Ruiz Rodríguez (Oxfam); Edwin Palma (USO-Colômbia) e Rita Serrano, do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

Estão previstas, ainda, as participações da ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, e do ex-ministro do Trabalho e Seguridade Social do Uruguai, Ernesto Murro.

Além de representantes da UNI América e do Comitê, também estarão presentes no encontro  representantes da IndustriALL Global Union (trabalhadores em mineração, energia e manufatura); ITF – Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes; BWI – Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira; EI – Internacional da Educação, PSI – Internacional de Serviços Públicos, e a CSA, Confederação Sindical das Américas. Todos estes vão repassar suas experiências sindicais nas mais variadas categorias onde atuam.

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