A Apcef/SP recebeu denúncia nesta sexta-feira (24) que, com o objetivo de reduzir as horas extras, a direção da Caixa teria convocado todos os gerentes gerais de Rede, gerentes de Filial e gerentes de Centralizadora para trabalharem presencialmente neste sábado (25), para atender clientes em busca de atendimento para o Auxílio Emergencial nas agências do banco público.
E como se esse absurdo não bastasse: a informação é de que inclusive gerentes dos grupos de risco fariam parte da convocação.
O presidente Pedro Guimarães e os vice-presidentes Paulo Henrique Angelo Souza e Girlana Granja Peixoto não enxergam o óbvio: se eles determinam extrapolação da jornada (que precisa ser evitada), deve haver contraprestação financeira aos empregados. Aos GGRs a empresa deveria, inclusive, realizar o pagamento ou, no mínimo, garantir a compensação das horas.
A entidade enviou ofício questionando a atitude que beira o absurdo e coloca a vida de todos em risco. Se confirmado que empregados do grupo de risco à contaminação pelo coronavírus, só para economizar no pagamento de hora extra, a conduta dos administradores não poderia nem ser qualificada como irresponsável, pois já pode ser vista como conduta criminosa. O artigo 132 do código penal tipifica como crime “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.
Os empregados estão, há muito tempo, sofrendo uma enorme sobrecarga de trabalho, agravada pelo fato de a empresa ter retomado, desde junho, de maneira unilateral, a cobrança de metas, agora chamadas de “direcionadores”. Nos últimos dias, tem tido que se desdobrar para dar conta do atendimento dos programas de governo, que se intensificou por causa das alterações de calendário e do bloqueio das contas digitais.
Para preservar a saúde dos empregados da Caixa e clientes, a Apcef/SP, no documento, reivindica que a convocação seja revista e, inclusive, que a Caixa se abstenha de realizar novas aberturas aos sábados, que nas últimas oportunidades se mostraram absolutamente desnecessárias.
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Gerentes já foram convocados para dispersar filas em agências que não abririam – No início de maio, a direção da Caixa determinou que os gerentes gerais de agências que não abririam em um sábado fossem até as unidades para dispersar eventuais filas de clientes que estivessem esperando pela abertura.
Após protesto das entidades que representam os bancários – entre elas, a Fenae e a Apcef/SP -, a Caixa recuou da decisão arbitrária de convocar trabalhadores, colocando em risco a integridade de seus empregados.
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