Há 34 anos, no dia 30 de outubro de 1985, os empregados da Caixa alcançaram uma conquista histórica: jornada de 6 horas e sindicalização como um direito, além do reconhecimento dos trabalhadores em uma categoria, bancários. 

Em 1985 os empregados organizaram uma greve geral nacional por 24 horas que marcou a história da categoria. Em alguns estados a adesão à greve foi de 100%. 

No entanto, a insatisfação começou alguns anos antes, em 1981, quando a Caixa admitiu 20 mil escriturários básicos por meio de concurso, que ingressaram no banco com salário 50% inferior ao dos empregados que já trabalhavam na estatal. 

A diferenciação de salários levou os trabalhadores a reivindicarem isonomia de tratamento. Diante das pressões, a Caixa realizou, em 1984, dois processos seletivos internos que possibilitavam o enquadramento de apenas 4 mil dos 20 mil escriturários básicos. Alguns bancários, em São Paulo, em forma de protesto se negaram a fazer as provas. Eles foram demitidos, o que gerou uma grande mobilização – com sucesso, pois foram reintegrados em 1987 – em prol da reintegração desses trabalhadores, pelo enquadramento dos 20 mil escriturários aprovados no concurso, pela jornada de seis horas, pelo reconhecimento dos empregados da Caixa como bancários e pelo direito à sindicalização.

As mobilizações e a luta por melhores condições de trabalho no país se confundem com a história dos bancários. A categoria sabe que só a luta diária garante a manutenção de conquistas, já que direitos trabalhistas, infelizmente, não estão consolidados no Brasil. 

A ameaça do atual governo, de fatiamento da Caixa e do Banco do Brasil, com a venda de partes de seus negócios, deve estar na pauta da categoria cotidianamente. No caso da Caixa, o risco é que o atual governo venda ativos como cartões, seguridade, além de outros ativos rentáveis. Este enfraquecimento pode comprometer a sustentabilidade financeira destas instituições e afetar a capacidade de atuação na execução de políticas públicas.

“A luta pelo direito de sermos bancários, como a organização dos trabalhadores, só foi possível com muita conversa e consciência de classe. Por isso, sempre que podemos, lembramos deste marco que foi decisivo na história dos empregados da Caixa, com conquistas, resistência e união”, relembra o diretor da APCEF/SP Edvaldo Rodrigues da Silva.  

 

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