A aposentadoria para alguns dá a oportunidade de se redescobrir e encontrar novo sentido para a vida. Foi o que aconteceu com Maria Antonia Antonelle. “A pós-aposentadoria foi bem difícil para mim, amava o que fazia e amava a Caixa. Aposentei-me de forma inesperada e não havia me preparado. Acordava todos os dias e não tinha para onde ir. O guarda-roupa cheio de coisas e a depressão começou a querer chegar… Até cancelar a aposentaria e voltar para a Caixa eu tentei, sem sucesso, claro”, contou.

Foi então que Maria Antonia decidiu reagir e voltou a estudar. Fez pós-graduação em Gemologia (especialidade da Geologia que estuda pedras preciosas), para depois fazer o curso de Design de Joias. “Um dia estava visitando a Feninjer – a maior feira de joias, gemas e acessórios do Brasil – e fui convidada a escrever um artigo sobre gemas para a revista BR&J, que meus colegas avaliadores devem se lembrar. Nesse momento, minha vida teve uma guinada. Fui convidada a ser correspondente internacional da revista. Durante quase oito anos, viajei todos os continentes, cobrindo as maiores feiras de joias e gemas do mundo. Morava dentro de um avião e fazia oito, nove viagens internacionais por ano. Vi as mais belas joias e gemas do mundo. Esse trabalho me trouxe reconhecimento, conhecimento e aprendi a me ver como uma cidadã do mundo”, explicou Maria Antonia.

No entanto, a revista acabou se extinguindo, o que trouxe um novo período em que Maria Antonia teve de encontrar forças no que ama fazer. “Senti o chão me faltar novamente, mas ainda tinha o vôlei. Então joguei como nunca, participei de times da minha cidade de Marília e dos jogos dos aposentados da Caixa. Viajava quase 500 km para treinar”. Apaixonada por vôlei desde a juventude,

Maria Antonia entrou na Caixa em 1976 e se aposentou em 2003, mas continuou a jogar até 2015.

Além das joias e do vôlei, o voluntariado também entrou no coração da empregada da Caixa. Maria Antonia hoje é vice-presidente da maior organização voluntária de combate ao câncer da cidade onde mora, a Associação de Combate ao Câncer (ACC) de Marília e Região. “O trabalho voluntário me fez virar gente, ter empatia, pensar no próximo, fazer como Jesus disse: ama o próximo como a ti mesmo”, lembrou.

Maria Antonia disse que a ACC possui diversos projetos e atendeu gratuitamente 3.916 pessoas em 2018 e 7.500 indiretamente. A missão da ACC é “acolher, orientar e assistir pacientes com câncer, familiares e cuidadores”. Para conhecer a organização e encontrar uma forma de ajudar, basta acessar o site www.accmarilia.org.br.

“Posso dizer, sem nenhuma demagogia, que devo o que sou à Caixa. Aprendi muito, trabalhei incansavelmente, me diverti, viajei, joguei muito vôlei, conheci pessoas e lugares. Existem muitos relatos como o meu e de muitas pessoas que começaram uma nova carreira, um novo trabalho, passaram a se dedicar a um esporte, exercer o voluntariado enquanto muitos diziam ‘você já trabalhou tanto’. É só olhar rapidamente a sua volta e perceber tudo o que o universo nos oferece gratuitamente. É só usufruir e ser feliz”, concluiu Maria Antonia.

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