Representantes da Caixa e dos empregados reuniram-se na última sexta-feira, 12 de abril, em mais uma reunião da mesa permanente de negociação.
Fizeram parte da pauta de discussões: a saída do banco do Conselho Curador do FGTS e a redução da representação dos trabalhadores nesta mesma instância; o compromisso assumido pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, em março, de retomar as contratações; Saúde Caixa; fechamento de unidades; intervalo de 30 minutos; agências digitais; condições de trabalho dos tesoureiros e descomissionamento dos gerentes por conta da verticalização.
Em relação ao intervalo de 30 minutos para quem cumpre jornada de seis horas, a Caixa anunciou que foi adiada do dia 15 para 22 de abril a implantação do intervalo de 30 minutos. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) apresentou a reivindicação dos trabalhadores de que o cumprimento do intervalo seja opcional. Até 22 de abril, está mantido o intervalo intrajornada de 15 minutos. O tema voltará a ser debatido na próxima rodada de negociação, a fim de avaliar o impacto da aplicação do intervalo sob o ponto de vista dos trabalhadores e suas eventuais demandas.
Ao tratar do tema Agências Digitais, os representantes dos empregados falaram sobre o respeito à jornada de trabalho dos gerentes gerais destas unidades, que podem chegar a trabalhar até 12 horas. Foi cobrado o registro de ponto destes trabalhadores.
“Por mais que a empresa argumente, o descumprimento da NR 17 é flagrante. Os empregados das agências digitais realizam funções que se equiparam ao teleatendimento e não realizam pausas registradas”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. “A Caixa também precisa ser rígida na realização de exames periódicos de audiometria para quem realiza este trabalho. E não pode se omitir com relação à desregulamentação da jornada dos gerentes gerais. Como eles não registram a jornada, ficam sujeitos, diariamente, a uma extrapolação absurda por causa do horário de funcionamento estendido da unidade”, completou. Se, por exemplo, para definir os parâmetros de uma operação de crédito, que expõe o capital da Caixa ao risco, a empresa aplica com rigidez diversos parâmetros, por que para um fato que pode trazer risco à saúde do trabalhador, a Caixa não adota o mesmo critério?
Um dos representantes da Caixa, durante a reunião, chegou a sugerir que o eventual responde pela unidade por todo o período em que o gerente geral está ausente. Se for isso, significa metade de sua jornada. Ao ser exposto ao fato e questionado se este profissional seria remunerado, o representante da Caixa recuou. “Vamos continuar cobrando a regulamentação da jornada destes empregados”, reforçou Kardec de Jesus Bezerra.
